O tempo não existe. A rigor, só o
eterno agora. Mas, nós precisamos do conceito de “tempo”, a fim de organizarmos
melhor nossa existência no mundo. Quem foi que inventou as expressões: ano passado,
há cem anos atrás, daqui a duzentos anos e outras categorias que criam mais outros
conceitos, como: passado, presente e futuro?
Nós criamos tudo isso, pois, sem noção de tempo, também não há
planejamento.
Planejamento o conceito de tempo
Planejar
exige primeiramente um diagnóstico bem feito. Isso tem a ver com o presente. A
pergunta-chave é: onde estou agora? Esta pergunta pode ser desdobrada em duas?
O que há para celebrar? Que dificuldades estou enfrentando? Bem respondidas, essas perguntas podem mapear
a situação a fim de clarificar o momento e potencializar mudanças
significativas. Sem diagnosticar o presente estado de coisas, não se pode
caminhar na direção do futuro, com possibilidade real de sucesso.
Planejar
exige também um breve retorno ao passado. Se no diagnóstico você percebe que
algumas coisas estão travadas, é fundamental olhar para as ações e atitudes do
passado e descobrir as causas dos problemas presentes. Uma vez percebidos os
movimentos que não deram certo, elimina-se, dentro da urgência possível, tais procedimentos. Querer resultados
diferentes fazendo as mesmas coisas, é burrice ou, na melhor das hipóteses, ingenuidade.
A pergunta-chave que se deve fazer nesse estágio é: O que posso
eliminar, sem prejuízo, a fim de que eu possa empregar minhas energias naquilo
que é realmente produtivo?
Planejar
é uma atividade teleológica, isto é, um olhar para o futuro. Planejamos chegar
em algum lugar, porque a vida tem vocação para o florescimento e não para
simples manutenção. Assim, nesse estágio do olhar para um ponto de chegada, a
partir de um ponto de partida, temos de formular uma visão.
Missão e visão
Quando
pensamos em visão, temos de pensar também em missão, porque é a missão que está
na base da visão. Qual a diferença entre uma coisa e outra? Missão é o
propósito pelo qual uma pessoa ou um negócio existe. Por exemplo: a missão de
um alpinista é escalar montanhas. Já a
visão é especifica, implica em formular um lugar de chegada. O mesmo alpinista,
cuja missão é escalar montanhas, pode desenvolver a visão de escalar o Monte
Evereste. Na visão, portanto, está
respondida a pergunta: Onde quero chegar?
Sem
visão corremos o risco de gastar energia em movimento sem deslocamento. Sem
visão não há liderança, sem visão não há motivação, sem visão a vida definha.
Quando um corredor entra na pista, define seu lugar de êxito: o pódio, de
preferência, em primeiro lugar. Se
pensarmos em 2015, qual é o seu pódio? Qual é o lugar que, em chegando, você se sentirá vitorioso?
Pode ser, por exemplo, chegar ao fim de 2015 sem dívidas, comprar sua primeira
casa, perder “n” quilos, consolidar a
publicação de um livro, montar seu primeiro negócio ou elevar o que já tem a um patamar superior, enfim, desenvolva
uma visão de onde quer estar no final do ano.
Sabendo qual é o seu pódio, defina os passos para
chegar lá. Passo é uma atividade que nos coloca mais perto do alvo. Se uma
atividade não nos aproxima do alvo, deve ser eliminada. Não dá para ficar
desperdiçando energia, tempo, e recursos
em movimentos vazios de propósito. Não
tenha vergonha de descartar atividades que não impulsionam seu negpocio, sua
vida; que não otimizam seu negócio, seu
caráter; que travam os processos, em vez de torná-los correntes, na direção do
êxito.
Um
passo tem de ser claro. O alpinista que tem como visão alcançar o pico do
Evereste, pode planejar os seguintes
passos: Adquirir um mapa, contratar um guia experiente, treinar cinco horas por dia, comprar
equipamentos apropriados, etc.
Um
passo tem de ser mensurável. Um mapa, um guia, cinco horas, equipamentos
apropriados. Tudo isso pode ser medido. Não coloque metas abstratas ou
genéricas, tais como: Encontrar satisfação, observar a paisagem, desfrutar da natureza, etc. Seja específico, objetivo, direto e preciso.
Gerenciamento
Todos
nós sabemos que planejar é relativamente
fácil, colocar em prática é outra questão e, quase sempre a frustração. Quem já não firmou algum propósito, no fnal do
ano, para abandoná-lo já no início do
ano novo? A maioria de nós. O desânimo ocorre quando vem os obstáculos, os
problemas. Por isso, administrar bem é também a arte de resolver
problemas. Quando acumulados, os
problemas tendem a nos engolir, controlar e travar nossa caminhada. Passamos,
assim, a cuidar somente daquilo que é urgente e deixamos de lado aquilo que é
importante.
Uma
boa dica é ter uma lista de tarefas. Você vai perceber que a maior parte dessas
tarefas é de ordem corretiva ou de manutenção. Se administrar é também resolver
problemas, uma boa parte do nosso tempo
tem de ser dedicada a resolvê-los, sem procrastinação. Não deixe para amanhã o
que você realmente pode fazer hoje. O
seu amanha vai agradecer, pois sobrará mais tempo para tarefas que servem como
passos para chegar no alvo.
Por
último, porém, mais importante, dê atenção ao que merece atenção prioritária:
sua família, sua rede social de apoio, seus relacionamentos. Relacionamentos
produzem machucados, mas também curam. Não faça do trabalho, da empresa ou de
sua carreira, um ídolo. Não se ajoelhe perante o sucesso, pois, “que adianta ao
homem ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma”, isto é, a sua saúde física,
mental e espiritual? Planeje para chegar ao “exito”, mas não se esqueça de que
o maior sucesso alcança quem se torna melhor pai, melhor marido, melhor amigo
e, em geral, uma pessoa melhor cada dia.
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