quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

INTRODUÇÃO AO PLANEJAMENTO

A maioria das pessoas sabe que planejar é fundamental para alcançar êxito na vida. Pouca gente, entretanto, sabe fazer um planejamento e, a maioria, nem sequer formaliza objetivos; e mesmo quando tem metas, é de uma maneira tão desorganizada que não produz a motivação e a disciplina necessárias para colocar em prática o que foi pensado.

Não é necessário ter um MBA para aprender a planejar. Um planejamento de qualidade não precisa ser complexo, minuciosamente detalhado, ou carregado de termos técnicos. Entretanto, alguns critérios devem ser observados para preservar a objetividade e praticidade do plano.


Vejamos alguns desses elementos:

1. Missão: É importante compreender o seu DNA missional. Para que existo? O que quero realizar tem a ver com o que sou?

2. Visão: É fundamental definir um lugar de chegada. Onde quero chegar? A visão deve estar ligada incondicionalmente à missão para produzir satisfação e senso de produtividade.

2. Valores: É importante definir que princípios éticos e operacionais vão ser empregados não só na formulação do plano mas em sua execução.


Veja um exemplo de fundamentação para um plano de metas:


Declaração de Missão: Ser feliz fazendo os outros felizes

Declaração de Visão: Ser um profissional de saúde bem sucedido, melhorando a qualidade de vida das pessoas ao facilitar os processos de prevenção e cura. (Aqui estão respondidas as perguntas: O que? A quem? Qual o benefício?

Declaração de valores: Respeito absoluto pela vida humana; pessoas acima do dinheiro, etc.


Outro ponto importante é a necessidade de estruturar bem o mapa do plano. Certa ocasião, perguntaram a Jesus qual o maior dos mandamentos. Ele respondeu que o primeiro é amar a Deus sobre todas as coisas; e o segundo, amar ao próximo como a si mesmo.


Com base nesse resumo das Escrituras, dividi o mapa do plano de metas em três áreas: 

1.
Espiritualidade (amar a Deus);

2. Sociabilidade (amar ao próximo);
3. Desenvolvimento pessoal ("como a si mesmo"). 

A espiritualidade envolve a devoção, participação voluntária numa igreja ou agremiação religiosa, conhecimento da fé que professa, etc. 


A sociabilidade inclue emprego, carreira, família, amizades, etc.; 


O desenvolvimento pessoal tem a ver com autoconhecimento e autoaperfeiçoamento: vida acadêmica, cursos de atualiação, treinamentos, seminários, etc.


Note que as três áreas estão interligadas: não dá para ser realizado numa área deixando a outra de lado.


Antes de alocar cada meta em sua respectiva área dentro do mapa, você pode responder a um questionário que vai ajudá-lo a levantar os dados que se transformarão em metas dentro do mapa:


QUESTIONÁRIO PARA A FORMULAÇÃO DO PLANO DE METAS


1. Que frase ou sentença caracterizaria melhor seu “sucesso”, ou êxito, em 2010? Exemplo: Alcançar satisfação em áreas vitais de minha vida, tais como, família, espiritualidade e relacionamentos em geral.

2. O que é necessário fazer para alcançar o “sucesso” acima desejado? Exemplo: Fazer aquele curso que me dará a chance de crescer no conceito da empresa onde trabalho.

3. Quais são os seus objetivos gerais nas áreas de Família, educação, lazer, espiritualidade, profissão (atual emprego) ? Exemplo: Ser reconhecido publicamente como um dos melhores funcionários da empresa; adquirir três novas competências que me darão mais credibilidade perante minha gerência.


Observação importante: As metas devem ser mensuráveis para que possam ser avaliadas. Ex. Fazer dois cursos técnicos para melhorar minha competitividade no trabalho.

4. Cronograma: Quando pretende executar cada uma de suas metas?

• Quais são os seus objetivos de curto prazo (a atingir nos quatro primeiros meses do ano) ?
• Quais são os seus objetivos de médio prazo (a alcançar no segundo quadrimestre do ano)?
• Quais são os seus objetivos de longo prazo (a alcançar no último quadrimestre do ano)?


Depois de responder o questionário, o mais detalhado possível, você pode listar na grade de seu plano, as suas metas para 2010, as ações para executá-las, e quando pretende implementar cada uma delas. O mapa ainda lhe dará, no final do ano, oportunidade de avaliar cada metas.

Recomendações:
1. Mantenha-se em constante contato com seu plano.
2. Encontre, se possível, um mentor, para lhe ajudar a sair do papel para a ação;
3. Mantenha e estreite o foco. Cuidado com as distrações.
4. Corrija os desvios. Avaliar e corrigir é a chave.
5. Altere o curso quando necessário. O plano é uma trilha, não um trilho. Flexibilidade é fundamental.
6. Persevere! Não pense no que ainda falta para alcançar o alvo. Pense nos passos que já foram dados na direção dele.
7. Celebre! Mesmo as pequenas vitórias. Você merece!


Como se pode ver, não é difícil formular um plano de metas. É preciso, entretanto, ter determinação para começar, força de vontade para concluir e disciplina para monitorar ao longo do ano. A fazer isso, a pessoa é levada naturalmente a questionar sua condição atual, o que está fazendo, sua produtividade, seus sentimentos presentes e sua visão do futuro. Nesse sentido, o plano ajuda a clarificar os objetivos e a disciplinar as ações em busca do tão sonhado e, tomara, merecido êxito. Um feliz ano novo para todos.

VOCÊ CONHECE SEUS FORTES E SEUS PONTOS FRACOS?


Devemos nos colocar no lugar em que a nossa contribuição seja a mais significativa.  (P. Drucker)


 Aquiles, personagem da mitologia grega, era filho da deusa Tetis com um mortal chamado Peleu. Querendo garantir a imortalidade do filho, Tetis o levou ao rio da imortalidade. Lá, pegou-o pelo calcanhar e o mergulhou. Mas, com medo de perdê-lo para as profundezas, continuou segurando seu calcanhar, que não foi mergulhado. Resultado: Aquiles ficou imortal, mas o calcanhar acabou sobrando como seu ponto fraco.


            O mito mostra que todo ser humano, por mais forte que seja, tem pontos fracos. Cada um de nós tem um perfil duplo, vantagens e desvantagens em sua maneira de funcionar. Descobrir esse perfil e atuar no sentido de maximizar os pontos forte e diminuir o impacto dos pontos fracos, é de importância visceral para ser bem sucedido em qualquer área da vida, seja de ordem profissional, relacional, emocional ou espiritual.



            Peter Drucker, um dos mais renomados consultores na área de gestão organizacional, afirma que a maior parte das pessoas  não conhece, com clareza, quais são seus pontos fracos, muito menos, seus pontos fortes. Elas acham que sabem, mas, normalmente, estão erradas.  Assim, seguem gastando a maior parte de suas energias tentando desenvolver as áreas em que são fracas e deixando de atuar predominantemente a partir de seus pontos fortes. Tentar construir desempenho excelente em cima de fraquezas, já é em si uma fraqueza.



            Em que você é bom? O que você faz e identifica seu estilo, seu brilho, sua assinatura? Você sabe com clareza quais são seus pontos fortes? Se não sabe, é crucial que descubra.  Pois bem, ao ficar clara a sua assinatura funcional, passe, então, a atuar a  partir dessa plataforma. Seu trabalho será mais natural, mais fluente; seu esforço será menor, seu nível se satisfação será maior, e sua capacidade produtiva dobrará.



            No trabalho em equipe, aquilo em que você é forte é o que diferencia você dos outros membros do time. O outro pode ser bom em outra coisa, mas naquela área você é a autoridade. Quando você funciona a partir daquilo em que você é forte, sua assinatura é vista por todos, indicando, assim, que aquela obra é sua e de mais ninguém, porque, raramente, alguém vai fazer como você faz, dirá como você diz, criará como você cria.



            Por outro lado, quando você tenta ser igual aos outros, imitar o estilo dos outros, fazer como os outros fazem, dizer como os outros dizem e liderar como os outros lideram, você passa a funcionar abaixo da média, mediocrizando seu desempenho. Seu esforço é maior, sua satisfação é menor e, consequentemente, sua produtividade decresce. Por isso, seja você! Desenvolva sua própria assinatura e sua face profissional a partir da concentração de esforços para melhorar, ainda mais, aquilo em que você já é bom. 

A RELAÇÃO ENTRE SUCESSO E FELICIDADE

- "O destino está levando vocês para a prisão!"
- "Prisão, meu Senhor!" - Pergunta-lhe, intrigado, um deles.
- "A Dinamarca é uma prisão!" Hamlet afirma
- "Então o mundo inteiro é uma prisão." Responde o segundo.
-"Uma prisão benigna, na qual há muitos confinamentos, celas e calabouços, sendo a Dinamarca o pior deles." Hamlet defende.
- "Não concordamos!"
- "Então, para vocês não é! Porque nada em si mesmo é bom ou ruim, mas o pensamento o torna assim. Para mim, o mundo é uma prisão."

 Este é um trecho do drama ("Hamlet") escrito por Shakespeare,  em que  Hamlet conversa com amigos que estão de partida para a Dinamarca.  "O mundo é uma prisão" é uma frase que mostra a realidade como sendo uma construção mental, e não um evento independente.  Para muitas pessoas, como Poliana, outro personagem clássico da literatura,  o mundo é um castelo encantado.

Afinal de contas, o mundo é uma prisão, ou um castelo?  Nem um, nem outro, diz a física quântica. Não existe realidade objetiva. A realidade depende do olhar de quem a observa. Prisão, ou castelo, cada um decide, a partir da interpretação que produz em sua própria mente.

Os pesquisadores ligados ao movimento da Psicologia Positiva tem desmonstrado através de estudos, rigorosamente científicos, que a felicidade não é mero satélite do sucesso, mas o sucesso é que orbita em torno da felicidade. 

A fórmula tradicional da felicidade é: trabalhe duro, ganhe muito dinheiro, case-se com a pessoas de seus sonhos, compre a casa de seus sonhos, o carro de seus sonhos, faça as viagens de seus sonhos e, então, você será feliz. 

Mas, a fórmula que as pesquisas modernas vem descobrindo, faz exatamente o caminho oposto: cultive emoções positivas, escolha ser feliz, e você alcançará sucesso em praticamente tudo o que fizer.

Shawn Anchor*, pesquisador ligado à universidade de Harvard, afirma
 que mais de 200 estudos científicos, envolvendo cerca de 275.000 pessoas, demonstram que a felicidade leva ao sucesso em praticamente todas as áreas da vida: casamento, amizades, trabalho, escola, criatividade, memória, saúde, etc. Embora, não sendo fator determinante, o cultivo de emoções positivas facilita o caminho para o sucesso.

Um outro estudo, iniciado antes de 1917, selecionou um grupo de freiras para um estudo de longo prazo sobre os efeitos da  mentalidade negativa, ou positiva, perante a vida. Cada uma recebeu um diário com a tarefa de registrar  seu dia-a-dia. 50 anos depois, os pesquisadores leram os diários e, observando criteriosamente os conteúdos, constataram que as freiras de mentalidade positiva viveram, em média, 10 anos mais que as de mentalidade negativa. Aos 85  anos de idade, 90% das freiras felizes, estavam ainda vivas, contra apenas 34% das freiras descontentes. O estudo indica que o cultivo sistemático de emoções positivas pode aumentar os dias de vida, e com mais saúde, inclusive.

Por isso, a partir de suas pesquisas com estudantes da universidade de Harvard, Shawn dá as seguintes sugestões:

1. Cultive um cérebro positivo. Cérebros positivos levam vantagem sobre cérebros negativos
2. Mude sua mentalidade. Sua maneira de ver o mundo aumenta ou diminui sua capaciadade de ser bem sucedido
3. Amplie sua capacidade de enxergar possibilidades. Ficar estancado num modelo único de atuar, inibe sua capacidade de expandir seu potencial
4. Encontre um caminho na mente que o ajude tanto a lidar com a dor e o sofrimento (resiliência), quanto a produzir emoções positivas
5. Coloque foco primeiro nos alvos menores e gradualmente expanda seu círculo para alvos mais desafiadores
6. Lidar com a mente não é fácil. Celebre as pequenas vitórias internas e faça os ajustamentos mentais necessários para continuar experimentando pequenos incrementos de progresso no campo emocional.
7. Invista num dos mais recompesadores nichos de sucesso: sua rede de suporte social (Família, amizades, parceiros de trabalho, etc.)

Emoções positivas são ferramentas promotoras de saúde, desempenho acima da média, criatividade, facilitação do aprendizado e relacionamentos mais satisfatórios. 

A ciência moderna comprova o que Jesus ensinou: "Se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá saúde..." (Mt. 6:3). Olho bom é olho generoso. De fato, quem aprende a olhar a vida com mais generosidade, vive potencialmente mais e bem melhor.

Para ser bem sucedido, gente-Hamlet não precisa se tornar gente-Poliana. Mas, bem que qualquer um de nós pode se esforçar para ser uma pouco mais otimista, ver a vida com mais generosidade. Afinal de contas, como o próprio Shakespeare admite: "Nada em si mesmo é bom ou ruim, mas o pensamento o torna assim." 

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 *Achor, Shawn. THE HAPPINESS ADVANTAGE. The Seven principles of Positive Psychology That Fuel Success and Performance at Work.  New York, Crown Business.

NEUROSE DE IMAGEM

É de  Paul Tillich a definição de "neurótico" mais apropriada que já li: "O neurótico é aquele que, tentando evitar o não-ser, evita o ser." De fato, o estancamento é a característica mais acentuada da neurose. Por medo de ser quem realmente é,  o sujeito assume uma caricatura; e quem assume uma máscara por muito tempo, cola-se a ela e se descaracteriza, vira um mero personagem em busca de aplausos da audiência.

        Tenho fortes razões para pensar numa derivação importante de neurose, a que chamo de  "neurose de imagem." É uma versão piorada do narcisismo freudiano porque, além de mergulhar na própria imagem, por se encantar com o próprio reflexo, o neurótico de imagem deriva sua autofascinação do espelho popular a quem constantemente recorre: "Espelho meu, espelho meu, diga se existe alguém mais fascinante do que eu." Não é que o espelho minta, necessariamente, mas é que só vê a pele, as cores da casca. 

        Na verdade, líder neurótico de imagem,  e o espelho popular se completam e necessitam um do outro. O líder precisa da aprovação popular para manter sua autoimagem, no caso, heteroimagem, em alta. A massa liderada, por sua vez, precisa de alguém que dependa de sua aprovação, que acate seu parecer de virtude e "performance."

       A autoestima da massa, também depende da imagem que seu líder neurótico tem no mercado externo, para que ela possa se sentir bem-sucedida. Por exemplo, muitas igrejas se sentem grandemente recompensadas quando seu líder é bem situado no ranking dos conferencistas de peso. Isso dá à coletividade a sensação de sucesso, através do nome de seu líder. Muitas vezes, porém, à custa de desarrumação e descuido interno. 

      Essa é, talvez, a mais complicada forma de neurose interposta entre o líder e seus liderados, pois, além de ser sutil, vicia. Sutil porque não dói, não machuca na superfície, não gera desprazer. Vai chegando de mansinho, se instala e vai dominando, cada vez mais forte, a cada sessão de aplausos. Vicia, porque produz uma satisfação capaz de gerar demanda de repetição, produzindo uma dependência tão forte que aplausos e elogios acabam sendo buscados como indutores de prazer, pílulas de satisfação. 

      A neurose de imagem é uma enfermidade emocional própria de personalidades públicas, líderes de massa: pastores, professores, padres, políticos, entre outros profissionais de palco, tendem a sofrer desse mal. Alguns, inclusive, caem em depressão quando não despertam resposta elogiosa do "fã clube"; e outros podem até surtar, mesmo que temporariamente, quando vaiados.

       Algumas características do neurótico do líder que sofre da neurose de imagem são:
                                                 
1.  Competência. É normalmente uma pessoa que chama a atenção por  sua capacidade de superfície. Mesmo que por dentro ela seja insegura, quase sempre faz um trabalho bem feito, em muitos casos, bem acima da média. É alguém de quem as audiências costumam falar bem, elogiar, mimar, agradar e solicitar.

2. Perfeccionismo. Esse tipo de neurótico exige demais de si e, em geral, dos outros que fazem parte de seu projeto público, pois, se eles falham, sua imagem é arranhada. Imagem arranhada é sua fobia  mais forte. Por exemplo, um pastor-pai pode tiranizar seus filhos para que eles não sejam "mal falados" na igreja, às vezes,  por serem apenas iguais a todos as demais crianças e adolescentes.

INTROVERSÃO E EXTROVERSÃO: QUAL É O SEU TIPO?

Carl Jung é um dos teóricos que eu mais aprecio com respeito ao estudo da psique e do comportamento humano.  Assim como Freud, ele assume o inconsciente como o avesso humano de onde emergem as questões mais significativas do comportamento. Porém, diferentemente de Freud, amplia a compreensão do inconsciente, de mero depósito de traumas infantis e fábrica de desejos, para uma porção da psique que envolve tanto a dimensão individual, quanto a coletiva.

É dele o conceito de compensação, ou seja, quando apresentemos no comportamento manifesto uma determinada atitude, o oposto dela permanece inconsciente. No que diz respeito aos tipos psicológicos - assunto que abordamos aqui - face e contra-face fazem parte de um mesmo eixo, sendo  a  face a parte dominante e consciente; e a contra-face, a parte recessiva inconsciente.

Nesse sentido, Jung fala de duas atitudes fundamentais que orientam o comportamento humano: uma dirigida ao objeto, outra dirigida ao sujeito. Quando a libido, ou seja, a energia da vida, é dirigida predominantemente para o objeto, o indivíduo é considerado extrovertido. Quando a mesma energia é predominantemente contida no sujeito, ele é considerado introvertido. Mas, todos, afirma Jung, "possuem ambos os mecanismos, tanto a extroversão, quanto a introversão. E somente a predominância de um, ou do outro, determina o tipo."

Jung apresenta as características das duas atitudes:


     Introversão

          Extroversão


  •        O processo psicológico subjetivo  é dominante
  • ·         Orientação intrarrelacional
  • ·         Desinteressado em eventos externos
  • ·         Recolhido, alheio ao contexto, não participativo
  • ·         Estresse quando em meio a muita gente
  • ·         Não dado a encontros sociais entusiastícos
  • ·         O que faz, faz a partir de si mesmo, com independência 
  • ·         Desconfiado, inseguro, ciumento, autoestima baixa
  • ·         Medo de parecer ridículo e de se expor  ao  julgamento publico.
  • ·         Sob condições normais tende a ser pessimista
  • ·         A comunhão com  self é seu conforto
  • ·         “Ele confronta o mundo com um elaborado sistema de defesa composto de escrúpulo, precaução, integridade, educação e desconfiança...” (Jung)
  • ·         “ Em qualquer sopa ele encontra um cabelo”
  • ·         Relações saudáveis com as pessoas somente quando se sente seguro, porque só assim relaxa seu sistema de defesa
  • ·         A  vida é vivida internamente no âmbito da psique.
  • ·         Caso esse “mundo interior” seja conflituoso, fecha-se ainda mais ao ponto de acentuado isolamento
  • ·         “Seu retiro para dentro de si mesmo não é uma renúncia à vida, mas uma busca por quietude,  somente de onde é possível dar sua contribuição à sociedade
  • ·         Frequentemente incompreendido pela pessoas, em função do mito de que somente as pessoas altamente “sociáveis” contribuem para a boa vida comunitária
    
     ·         O objeto tem valor mais alto que é sujeito
    ·         Orientação interrelacional
    ·         Desejo de influenciar e ser influencidado por eventos externos
    ·         Desejo de participação e envolvimento
    ·         Capacidade de tolerar e gostar de barulho e “acontecimentos”
    ·         Constante atenção ao que ocorre no entorno de si
    ·         Formação de vínculos com um grande número de pessoas sem muito critério de seleção
     ·         Tendência a falar muito e tentar ser o centro das atenções
     ·         Tendência a exagerar sobre suas qualidades e realizações
       ·         Consciência dependente da opinião pública
     ·         Convicções religiosas determinadas pelo que pensa a maioria
     ·         Otimismo e entusiasmo
     ·         Vida subjetiva inconsciente e pobre
      ·         Uma vez que não seja superficial, exageradamente falastrão e  inconveniente, pode ser um membro útil de uma comunidade.


Nesse ponto você já pode empiricamente verificar se sua atitude predominante é a extroversão ou a introversão. Todavia,  segundo Jung, a atitude manifesta não elimina a atitude latente, ou seja, as duas atitudes fazem parte do ser humano e, embora uma seja predominante, a outra fica no inconsciente. Por exemplo: um indivíduo predominantemente extrovertido pode momentaneamente atuar como introvertido, muito embora, se persiste assim por muito tempo, fica estressado, por não ser seu modo confortável de lidar com o ambiente.

Jung identifica quatro funções conscientes que acompanham a atitude-tipo: Pensamento, sentimento, sensação e intuição. A função sensação estabelece que alguma coisa existe; a função pensamento nos diz o que ela significa; A função sentimento, por sua vez, avalia o quanto a coisa vale, e a função intuição nos diz de onde a coisa veio e o que pode acontecer com ela.



Sensação e intuição são funções irracionais "porque ambas estão preocupadas apenas com o que acontece e com realidades reais ou potenciais."  Pensamento e sentimento, por sua vez, são funções discriminativas, portanto, racionais.

As quatro funções formam pares de opostos. Sensação e intuição não operam juntas. Intuição tem a ver com realidades escondias, potenciais; sensação é a função que lida e opera na realidade presente, preto no branco, no aqui e agora. Da mesma forma, a função pensamento é oposta à função sentimento, "porque o pensamento não pode ser influenciado e desviado de seu propósito pelo sentimento. O sentimento, por sua vez, é fortemente influenciado e viciado por muita reflexão.





A PALAVRA MAL (DITA)

Cuidado com o que diz aos outros sobre você mesmo: desejos, resoluções, decisões ou expectativas. Quando você afirma algo, sua palavra cria um mundo na mente da outra pessoa. Ela pode passar a ver você pelas lentes daquela sua afirmação. Ela cria novos conceitos a seu respeito, de acordo com a interpretação que terá construido em cima do que você falou.

           Lá adiante, para sua surpresa, ela menciona um conceito sobre você que tem ligação direta com aquilo que você uma vez disse. Provavelmente, você ja caiu na boca do povo. O conceito negativo que ela construiu a seu respeito, a partir daquela afirmação sua, já se espalhou e ganhou o mundo.


           De repente, você se vê dentro de um novo modelo de funcionamento naquele mesmo ambiente. Nada é mais como fora antes. Tudo por causa de um conceito fabricado com a matéria prima de uma palavra sua mal-dita, que colou negativamente na comunidade. Não era bem aquilo, mas você deixou escapar um suspiro, um sonho transitório, uma expectativa de futuro ou uma frustração de ocasião. "E agora José?"

          Agora não adianta correr atrás de voltar atrás. Paciência! Seu mundo não é mais o mesmo: foi moldado por aquela afirmação. Irremediável? Talvez, não. Mas, certas dilatações são permanentes; não voltam à posição original. Algumas atitudes, entretanto, podem transformar o que é negativo em algo benéfico e produtivo. Seguem algumas sugestões:

        1. Identifique o que pode ser celebrado. Nenhuma situação é de todo ruim. Mantenha sempre na memória o que lhe pode dar esperança.

        2. Trabalhe com o que você tem hoje, com o que sobrou do estrago. Pouco a pouco, passo a passo, construa um novo espaço de influência e produção. O universo é bem maior do que aquele "universozinho" que você adotou como seu, como sua impermeável zona de conforto.


         3. Sempre que possível, promova mudanças, se necessário, até de ambiente. Deixar para trás certos espaços que não mais comunicam relevância, pode ser afetivamente e politicamente difícil, mas, talvez, seja o caminho para um novo tempo. O risco de ficar pior sempre existe, mas quem tem pânico do risco permanece estancado ou atolado em areia movediça.

          4. Avalie bem o risco de cada decisão para não prejudicar pessoas que você ama: esposa e filhos, sobretudo. Às vezes, é melhor permanecer na zona de desconforto, buscando preservá-los, que lutar por realização pessoal, desmontando a realização deles.

            5. Confie em Deus, mas não deixe de fazer alguma coisa. Peça orientação ao céu, mas não fique de braços cruzados. No caso de não saber o que fazer, leia um bom livro, escreva um artigo, capine o quintal de casa, enfim, faça alguma coisa produtiva. Sua mente agradecerá.

           Um homem sábio uma vez me disse: "A melhor resposta que você pode dar a eles é o seu trabalho e sua integridade."